Terminal rodoviário.
Saudamo-nos, eu e Reiszinho,
o poeta e o carregador do cais da Campos de Melo.
Sorrimo-nos afáveis.
Eis o poema eu disse-me
assim, ensimesmado.
Interrompe o seu caminhar, volte e me conta,
carreguei no barco pra Alcântara
uma carrada de esterco de galinha.
Não tinha água,
agora tenho que vestir a camisa assim,
sem tomar banho.
Não tem problema : meu subtexto.
- Chega em casa, banha, comentei .
-É,mas antes, tenho que ir ao Socorrão
fazer uma nebulização,
para ver se os pulmões
(com a mão gesticula em círculos
concêntricos,ligeiros)
trabalham legal.
Sorri e se vai.
O FRUTO DA IRA É DOCE
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