segunda-feira, 28 de novembro de 2011

APRENDIZ

Aprendo cada dia a exaltação
o júbilo
a felicidade
do momento que vivo
eu zémaria um animal humano
detenho no meu cérebro concepções sobre nossa cultura
e sobre a materialidade da qual sou feito
que cada hora, cada dia, todos os dias
carrego-os de tensão, de harmonia
que é tensão dirigida à emoção.
Deslumbro-me com o fenômeno vida
que envolve nosso planeta
da estraosfera às cavernas abissais que minam energia no Pacífico.
Tudo contribui para a vida
e ela se espalhou pelo Planeta
adaptando-se aos diversos ambientes
numa corrente contínua de intermitentes vivos.
Seres vivos. Entre estas milhões de formas
do micro ao macro
do aquático ao aéreo
uma forma formou-se homo sapiens.
Transformou.
Dentro do embate vida destrói vida.
Alimenta-se de vida.
Nós inventamos a cultura: Um ser vivo.
Ser vivo é forçação de barra.
Mas é vivo.

O FRUTO DA IRA É DOCE

sábado, 5 de novembro de 2011

REPARTIÇÃO

Estão ocupadas.
As pessoas estão muito ocupadas.
Muitas tarefas a serem cumpridas.

Cumpre-nos assistir ao desvelo
com o qual a sapienscolméia se desenvolve
a imbricar a tessitura social
que a todos mantém.

As pessoas estão muito ocupadas.
Muitas tarefas inadiáveis.

A urbes mata a floresta
nosso primeiro lar,
onde domesticamos os animais,
manipulamos as plantas,
e nos estruturamos como espécie.

Muito ocupadas.
Estamos ocupadas...Não vê?

Colher frutas, fazer vasos,
dançar, mergulhar num rio,
contemplaro sol, a lua,
fazer sexo, procriar.

Ocupadas, estamos ocupadas... Dê licença.
Ocupadas... Passe outro dia, ainda não chegou...
Estamos ocupadas.

O FRUTO DA IRA É DOCE.