quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A VIDA MODESTA


A vida modesta é melhor que a rica.
Era negro, cinquentão,
é sim, a modesta é melhor.
O restaurante quase vazio.
Eles vivem muito preocupados,
olhava-me e ria,
ria-me também, desconfiado.
Não é bem assim! Pensava.
Será?  Não me perguntou.
Pagava a conta e se ía.

EM PAR, ÍMPAR

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

NAURO

Claro que a clara cabeça 
carrega pesadelos, gremilins,
e  açoita o verso e o reverso
de meu ser deambulante
entre o labirinto da Praia Grande;
enquanto o alcoolismo,
meu cabo de guerra,
acende a labareda,
a cornucópia das palavras no apicerum.

!Miséria nossa, poetas,
que turvamos as ruas
com nossas embriagadas auras.

EM PAR, ÍMPAR

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

TERESA

Bebo e olho mulheres,
seduzem casarões.

Colonial, teu sexo
exalta-se ao me ver
brechando teus seios.

Despencas num sorriso
a me prometer lençóis.

EM PAR, ÍMPAR

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MURO DOCE MURO


Muro no duro,
sólido, concreto.
Massa e argamassa.
Cai picaretado.

Picaretas de ambos os lados,
Uni-vos.
Ainda somos o botim.

EM PAR , ÍMPAR

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

??????????????????

ALEGRIA
VÃ PASSAGEIRA
À MISÉRIA
FURTAR UNS TROCADOS
A SORTE
TENTA A SENA:
SEGUNDA-FEIRA
NÃO FAZ UM NÚMERO.
EM PAR, ÍMPAR

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ENCONTRO

Terminal rodoviário.
Saudamo-nos, eu e Reiszinho,
o poeta e o carregador do cais da Campos de Melo.
Sorrimo-nos afáveis.

Eis o poema eu disse-me
assim, ensimesmado.

Interrompe o seu caminhar, volte e me conta,
carreguei no barco pra Alcântara
uma carrada de esterco de galinha.

Não tinha água,
agora tenho que vestir a camisa assim,
sem tomar banho.
Não tem problema : meu subtexto.
- Chega em casa, banha, comentei .
-É,mas antes, tenho que ir ao Socorrão
fazer uma nebulização,
para ver se os pulmões
(com a mão gesticula em círculos
concêntricos,ligeiros)
trabalham legal.
Sorri e se vai.

O FRUTO DA IRA É DOCE