quinta-feira, 18 de agosto de 2011

OS ADORADORES DO SOL

Na probocora
a tribo de homohominídeos
saciada da coleta, devora o entardecer;
o sol, dourado disco vermelho, fende o horizonte.

Na nossa América latina
antes do massacre cristão
à luz do peiote e da bola de coca
Incas, Maias e Guaranis cultuam o seu Deus;
o sol fende dourado os Andes vermelho.

No luscofusco
numa mesa do Coqueiro repleta de cervejas
o bando embriagado aprecia.
A tribo moderna
trepada nas cadeiras de metal da Antártica
sintoniza raizes antigas enquanto surge o vale da escuridão.
O sol dourado vermelho fende a ilha do Medo.

EM PAR, ÍMPAR

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

EM PAR, ÍMPAR

Vi-me em dois mundos.
Um que sonhava
outro que se impunha
atravessando a malha dos meus pensamentos
qual o soco nocauteia o boxeador.
Como uma pedra atravessa a vidraça
e estilhaça a janela.

O FRUTO DA IRA É DOCE 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

POEMEU 1989

Um ônibus invade a alvorada
rumo a sua desgraça  sem rumo.
Alguns peidam fino:
quem tem cu tem medo: é o princípio.
Quero mais barulho.

A razão de nossa miséria
talvez nossa dor ecoe.

O ônibus flechando o Palácio
lembra-me um velho bang-bang,
um índio apache
em cavalo malhado
penas de águia na cabeça,
rifle em punho.
A caravana avança -
brada aos guerreiros:
Morte aos carapálidas!

EM PAR, ÍMPAR